conscientes: Falun Dafa, repressão na China

notícia do jornal The Epoch Times - Edição 233 - Fev/Mar 2010
reportagem de Lillian Chang
tradução para português por Bruno Padoveze

Um grande número de cidadãos chineses detidos por sua crença espiritual na prática do Falun Dafa (Falun Gong) continua a ser executado na China.

Um relatório de 46 páginas produzido pelo Falun Dafa Information Centre (FDIC), intitulado "Killed for their belief: Falun Gong deaths from abuse in 2009", documenta as mortes de 96 praticantes de Falun Dafa no ano passado. O relatório foi baseado em fontes chinesas e internacionais.

Devido à dificuldade de obter-se informação vinda da China, o diretor executivo do FDIC, Levi Browde, afirma que é provável que o número de mortes seja significativamente maior.

"Os detalhes dos casos indicam que essas mortes não foram apenas resultado de abusos arbitrários exercidos pela rígida polícia local", declarou Sr. Levi Browde.

"Na verdade, isso é fruto direto de instruções específicas emitidas pelos líderes do Partido Comunista da China, com o intuito de utilizar-se de todos os meios possíveis para erradicar um sistema de crença praticado por milhões de pessoas".

No relatório constam nomes de vítimas provenientes das mais diferentes faixas etárias, classes sociais e regiões geográficas. A grande maioria morreu devido à tortura física e psicológica, ou por lhe terem sido negadas o direito de tratamento médico enquanto estavam sob custódia. Muitos foram mortos dentro de poucos dias, ou até mesmo horas após sua detenção.

Em um dos casos, datado de Abril de 2009, a polícia raptou uma mulher de 39 anos de dentro de sua casa em Pequim. Na mesma noite ela já estava morta, após ter sido severamente eletrocutada com cassetetes elétricos, segundo o relatório.

Em outros casos, os adeptos da prática espiritual, foram libertados para retornarem às suas famílias quase à beira da morte, e vieram a falecer pouco depois. Essas "libertações na última hora" e "cremações rápidas" são táticas comuns utilizadas pelas autoridades chinesas para se esquivarem da responsabilidade sobre mortes de detentos que estão sob sua custódia.

Assim como no ano anterior (2008), o nordeste da China foi a região com mais mortes.

Os casos e detalhes citados no relatório foram compilados segundo informação obtida de uma variedade de fontes, incluindo testemunho de parentes e/ou amigos das vítimas, evidência fotográfica, e também ligações telefônicas e entrevistas com relevantes autoridades policiais e carcerárias.

Existem fotos, disponíveis ao público, que retratam adeptos do Falun Dafa sendo liberados, já à beira da morte, e que em muitos casos, mostram em detalhes marcas de tortura e a condição miserável em que se encontram. (para ver algumas dessas fotos, pesquise por Falun Gong no Google Images)

Vários casos apareceram na mídia internacional durante o ano passado, chamando a atenção das Nações Unidas e de grupos defensores dos direitos humanos.

Em junho de 2009, o Financial Times cobriu a estória de Fu Ziming, de 34 anos, que no dia 17 de abril, ao visitar a Wuyi Mountain Scenic Area, na província de Fujian, um local turístico no sudeste da China, escreveu com giz de cera em uma pedra: "Falun Dafa faz bem; Verdade, Bondade e Tolerância fazem bem".

Aparentemente, uma câmera de vigilância captou o ato, e naquela mesma noite Fu foi abordado pela polícia local em seu quarto de hotel, e levado para interrogatório.

Cinco dias depois, em 22 de abril, sua família foi informada que ele havia morrido em custódia.

Para a história completa de Fu Ziming, clique aqui (em inglês).

A morte de Jiang Xiqing, de 66 anos, também chamou bastante a atenção de grupos de direitos humanos após os advogados que investigavam sua morte terem sido detidos e espancados pela polícia. Sua filha também foi presa por tentar apelar por sua causa - aqui a reportagem em inglês.

O relatório também contém 16 mortes de praticantes de Falun Dafa resultantes de abusos, enquanto em detenção. Estes casos estão presentes no Relatório Especial de Execuções Extrajudiciais das Nações Unidas, publicado em maio de 2009.

Estima-se que cerca de 3.200 praticantes tenham morrido desde 1999, ano em que o governo chinês iniciou a repressão contra o Falun Dafa (Falun Gong).

Uma prática para o cultivo do corpo e da mente, cuja essência é o cultivo da Verdade, Bondade e Tolerância.